Aparecendo inicialmente em curtas realizados por pioneiros como George Méliès (A Mansão do Diabo, 1896) e Thomas A. Edison (Frankenstein, 1910), o terror ganhou seu primeiro longa-metragem em 1919, naquele que é até hoje uma das mais perfeitas obras primas do gênero: O Gabinete do Dr. Caligari. Arte em estado puro – delirante, assustador e inimitável – aborda temas que traçaram o perfil do gênero nas décadas seguintes: mortos-vivos, assassinatos, loucura, amor e morte. Calligari inaugurou o expressionismo alemão, que gerou ainda obras mórbidas e obsessivas como Nosferatu, uma Sinfonia do Horror (1922), primeira adaptação do romance Drácula, de Bram Stoker, com direção de F. W. Murnau.
O primeiro grande astro do gênero foi Lon Chaney, também um mestre da maquiagem, que estrelou as primeiras versões de O Corcunda de Notre Dame (1923) e O Fantasma da Ópera (1925. A década de 30 revelou Bela Lugosi, que atuou em cerca de 70 filmes (muitas vezes no papel de vampiro aristocrático); e aorl. Kadow, que começou como o monstro de Frankenkein, passou por comédias góticas produzidas por Roger Cormam nos anos 60 e terminou em lamentáveis produções mexicanas. Vincent Price (1911-1993) também foi essencial para a popularidade do gênero. Como o alucinado Dr. Phibes, criou o vilão mais adorado do cinema, temperando o horror com um sofisticado humor negro.
O filme alemão Nosferatu não pôde usar o nome “Drácula” por problemas com m herdeiros de Stoker, e assim a primeira versão oficial do romance foi realizada em 1931, pela Universal. O sucesso da fita elevou o húngaro Bela Lugosi ao estrelato, e deu inicio à longa série de filmes clássicos do estúdio. Nos anos seguintes vieram Frankenstein, A Noiva de Frankenstein, A Múmia (Os três estrelados por Boris Karloff), O Homem Invisível (único papel central de Claude Rains), O Lobisomem (com Lon Chaney Jr.) e Freaks, filme polêmico dirigido em 1932 por Tod Browning, que aterrorizou as platéias colocando no elenco verdadeiras aberrações do circo. O império de horror da Universal chegou até o meio dos anos 40, quando o próprio estúdio satirizou seus monstros (em encontros com dupla Abbott & Costello).
Com A Maldição de Frankenstein (1957), o estúdio inglês Hammer iniciou uma nova era para o terror. Seus filmes tinham uma atmosfera gótica temperada com sangue vermelho, nas primeiras versões coloridas de Frankenstein, Drácula, Lobisomem, Múmia e outros monstros. O estúdio revelou atores como Oliver Reed e a dupla Peter Cushing e Christopher Lee (que passaram uma década caçando um ao outro vampiros ou monstros), além de diretores como Terence Fisher e Freddie Francis. Mas foi mesmo Alfred Hitchcock quem criou a obra mais perturbadora e revolucionária da década de 60. Psicose é a verdadeira semente de todos os filmes sobre serial killers. Baseado no caso real do canibal Ed Gein, mostrava que o verdadeiro horror (aquele de tirar o sono) não reside no sobrenatural, no fantástico; mas no cotidiano moderno, bem ao nosso lado… O mesmo Gein serviu de base para outros dois clássicos: Deranged (1974) e O Massacre da Serra Elétrica (1974, de Tobe Hooper), provavelmente o filme de terror mais importante da década de 70. Em épocas mais recentes, serial killers viraram ícones pop nas cine-séries Halloween, Sexta-Feira 13 e A Hora do Pesadelo. O horror é o único gênero capaz de consagrar até mesmo diretores medíocres como Ed Wood Jr., que ficou famoso com seu infame Plan 9 from Outer Space (considerado o pior filme da história e resgatado por Tim Burton na biografia Ed Wood). Herschel Gordon Lewis é outro que escreveu seu nome na história do gênero graças ao exagero. Banquete de Sangue e Maníacos tomaram-se clássicos B dos drive-in nos anos 60 devido aos verdadeiros banhos de sangue que ainda hoje impressionam. Em 1968, o jovem George A. Romero filmou A Noite dos Mortos Vivos, o primeiro de sua trilogia sobre zumbis copiado à exaustão. O filme mistura crítica social (os cadáveres são reanimados por contaminação radioativa), terror psicológico e violência explícita. Até o Brasil contribuiu para o gênero. José Mojica Marins, mais conhecido por seu personagem Zé do Caixão, realizou uma série de fitas de horror de recursos precários mas ricas em imaginação e criatividade.. Ganhou fama mundo afora, mas pouquíssimo reconhecimento em seu próprio pais.
Os primeiros grandes sucessos de bilheteria surgiram nos anos 70. O Exorcista (1973) conseguiu a façanha de ser o primeiro filme de horror a ser indicado à categoria principal do Oscar. Já a nova safra é formada por cineastas que recriam fórmulas consagradas. Diretores como Sam Raimi, Stuart Gordon e Fred Olen Ray realizam obras reprisando temas de filmes clássicos ou de produções a quase esquecidas. O escritor Stephen King nunca escondeu que seus livros são versões recontadas de obras famosas. Seus romances renderam obras-primas como O Iluminado e Carrie, a Estranha, se desdobrando em mais de 30 filmes (superando em fama autores como Edgar Alan Poe e H.P. Lovecraft).
O Abominável Dr. Phibes |
O Bebê de Rosemary Rosemary’s Baby (1968) |
Carrie, A Estranha |
![]() Drácula de Bram Stoker |
O Exorcista |
Frankenstein |
![]() O Gabinete do Dr. Caligari Kabinett des Dr. Caligari (1919) |
O Iluminado The Shining (1980) |
Poltergeist, O Fenômeno |
![]() A Profecia The Omen (1976) |
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Esses filmes foram escolhidos pelo Webcine, com certeza estão faltando muitos outros grandes filmes de Terror, você pode contribuir indicando o seu.