No final do século passado, a invenção dos irmãos Lumière ainda não passava de uma novidade tecnológica de futuro duvidoso quando artistas vindos em sua maioria do circo e do teatro de variedades começaram a transportar para a tela uma fórmula bem-sucedida no palco havia séculos a do humor.
Esses pioneiros do riso no cinema perceberam rapidamente o enorme potencial que a nova linguagem oferecia para quem se dispunha a conquistar o público através de situações burlescas. Com as gags ingênuas surgidas em filmes curtos realizados na virada do século, nascia o gênero que, no centenário do cinema continua ostentando a mesma popularidade. Indiferentes ao preconceito alimentado às vezes pela própria indústria cinematográfica, que parece considerar menor o trabalho de quem ganha a vida fazendo a do público mais divertida, vários mestres da comédia transformaram-se em autênticos ídolos universais.
Se fosse possível realizar uma eleição entre fãs do mundo inteiro, por exemplo, é bastante provável que o Carlitos de Charles Chaplin se consagrasse como o mau adorável personagem a ter desfilado pelas telas. Mas, ainda que talvez seja imbatível em matéria de popularidade Chaplin e seu Carlitos representavam apenas uma das inúmeras vertentes desenvolvidas pela comédia cinematográfica – e que o vídeo permite hoje conhecer em folia a sua variedade. Basta olhar apenas para os contemporâneos de Chaplin cujos filmes já podem ser encontrados em locadoras, e o que se verá são clowm de estilos tão distintos quanto Buster Keaton, o “homem que nunca sorri”, e Harold Lloyd, com seu tipo esportivo e de óculos.
Dali até o humor intelectualizado de Woody Allen, a anarquia do Monty Python e o escracho de Pedro Almodóvar, muita gag rolou debaixo dessa ponte. A “escola americana”, sozinha, gerou ao longo das últimas décadas comediantes suficientes para escrever uma história popular do riso no cinema.
Nela, haveria um capitulo dedicado exclusivamente às duplas, com espaço para unanimidades como Stan Laurel e Oliver Hardy, conhecidos como o Gordo (Hardy) e o Magro (Laurel), mas também para Bud Abbott e Lou Costello, para Dean Martin e Jerry Lewis, para Jack Lemmon e Walter Matthau.
Nenhuma trupe chegou perto do que conseguiram os Irmãos Marx, assim como, entre os diretores, ninguém superou Billy Wilder em matéria de sofisticação e inteligência. Comédias absolutamente clássicas como Quanto Mais Quente Melhor (1959) e Se Meu Apartamento Falasse (1960) já eram suficientes para inscrever Wilder e seu habitual roteirista I.A.L. Diamond, entre os maiores autores de humor que o cinema já conheceu.
![]() Apertem os Cintos, o Piloto Sumiu… |
![]() Circo, O |
![]() Em Busca do Ouro |
![]() General, A |
![]() Noite Após Noite |
![]() Ninotchka |
![]() Pai da Noiva, O |
![]() A Pantera Cor-de-Rosa |
![]() Pigmaleão |
Professor Aloprado, O
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![]() Quanto Mais Quente Melhor |
![]() Santa Não Sou |
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![]() Sereia do Alasca |
![]() Um Peixe Chamado Wanda |
![]() Uma Dama do Outro Mundo Belle of the Nineties (1934) |
![]() Uma Noite na Ópera |
![]() Victor ou Victoria |
Esses filmes foram escolhidos pelo Webcine, com certeza estão faltando muitos outras grandes comédias, você pode contribuir indicando a sua.